E finalmente chegou o dia. Christian Grey me recebeu como prometido há cerca de um ano atrás e a estreia do filme Cinquenta Tons de Cinza, o primeiro da trilogia, foi emocionante (em todos os sentidos, vou te contar!).
Abrindo um parênteses:
(Eu AMO cinema, mas odeio pessoas que não sabem se comportar nesse ambiente. Risinhos fora de hora, conversas paralelas e conversas com as personagens da tela realmente me tiram do sério. E, infelizmente, isso ocorreu durante quase todo o filme, não porque o filme não detinha a atenção do expectador, mas porque todos alí dentro se achavam “donos” daquelas personagens e não se cansavam de dizer “Nossa!!” para a imagem de um Christian Grey sem camisa e “Sonsa!!” para a hesitação de Anastasia. Isso me cansou bastante e eu, que sou normalmente paz e amor com estranhos, me peguei duas vezes dando bronca em “queridinhas” sentadas atrás de mim, o que rendeu piadinhas a meu respeito: “Vamos falar mais baixinho, meninas – diziam elas”. Até um pouco de refrigerante sendo lançado no meu cabelo… Aiai (suspiros), esse foi o motivo da segunda bronca. Meu marido: “Não precisa responder que a vida pune.” Tomara que puna mesmo. Toda punição é pouca para a falta de educação, rsss… Mas ok, já posso fechar o parênteses, vamos ao filme).
Sobre o que interessa:
Sou prolixa, gente. Vou ter que começar falando sobre o livro. Desculpem…
Minha queridíssima amiga Babi disse-me certa vez: “Chris, você já leu esses livros? Todo mundo está falando deles.” Minha resposta foi negativa. Na verdade eu nem sabia do que se tratava. Pesquisando, li uma frase atribuída a Deborah Secco: “Minha vida sexual mudou depois de ler Cinquenta Tons de Cinza”.
Powwwwwww, foi o que eu pensei. Como assim? Esse livro deve ser sensacional… A Deborah Secco mudou a vida dela. Vou ter que ler. E li. E minha vida não mudou. Droga, Deborah, você me enganou!
Minha vida não mudou, mas eu também me apaixonei pela história de Christian Grey e de Anastasia Steel. E. L. James, mesmo com sua escrita pobre e infantilizada, conseguiu me fazer amar a história dessas personagens.
Mas e o filme? Era sobre isso que eu ia falar. Ok!
Quando os nomes dos atores e da diretora surgiram eu tinha alguns conceitos estabelecidos.
1º Jamie Dornan– Bem, ele é lindo. Tomara que ele consiga fazer o personagem como ele tem que ser feito.
2º Dakota Johnson – Ela é velha… Não sei não… Mas a Anastasia é tão insossa que não faz diferença.
3º Sam Taylor-Johnson– um único filme dirigido por ela até então. Será que isso vai dar certo?
E hoje, depois de sair da sessão, minhas impressões foram totalmente alteradas.
A diretora: Sam conseguiu conduzir a história “pornô-soft” de maneira elegante. As cenas de sexo foram filmadas sem vulgarizar os atores e constranger os expectadores. Um trabalho difícil de se fazer, dado o teor do livro, mas alcançado com sucesso pela diretora.
Christian Grey: Jamie continua sendo lindo e não chega a destruir o personagem com sua interpretação, mas diante da atuação de sua co-estrela, Jamie fica um degrau abaixo. O Christian Grey de Jamie é cheio de conflitos como no livro, mas suas expressões para demonstrar tantos sentimentos não são tão facilmente identificáveis. Eu torço e espero que no segundo filme essa impressão seja mudada.
Anastasia Steele: A chata de galocha do livro ganhou vida e se tornou a personagem mais interessante do filme. Dakota conduziu com maestria a personagem que no longa é mais espirituosa e divertida do que nos livros. A Ana de Dakota faz com que torçamos por ela.
Eu tive a impressão de que algumas coisas acontecem de maneira muito rápida no filme. Talvez tenha ficado um pouco difícil para quem não leu o livro entender tudo o que estava acontecendo. Por exemplo, a mudança de Ana para Seatle. Ou talvez eu que tenha me distraído brigando com as “queridinhas” da cadeira de trás… Não sei.
A trilha sonora foi perfeita. Nada a acrescentar.
Só achei as cenas de sadomasoquismo leves demais. Quem assistiu Ninfomaníaca vai entender o que estou dizendo. Eu sei que Christian está apaixonado e tal, mas ele alí no quarto vermelho está no modo Dominador, por isso acho que as cenas tinham que ser menos glamurizadas.
Spoilerrrrrrrrrr
A cena que ele bate com o cinto na Ana foi perfeita.
Jamie demonstrou prazer e conflito. E Dakota estava perfeita (mais uma vez), frágil, ofendida, decepcionada… Foi genial!
Enfim, assim como eu gostei muito dos livros, apesar dos pesares, eu também gostei do filme, gostei muito.
Acho até que vou repetir a dose e ir ao cinema novamente. Dessa vez vou tentar não arranjar briga com as fãs do Grey, desejem-me sorte!
Fui!
Chris